sábado, 13 de setembro de 2014

Exaltação da Santa Cruz

+ Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo, e Bendita sua Mãe, a Sempre Virgem Maria +

Pax Vobis!

Amanhã a Igreja celebra a Exaltação da Santa Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo. E para aprofundarmos nosso conhecimento para tão grande celebração, deixo abaixo as meditações de Padre Paulo Ricardo sobre essa tão bela festa. Clique aqui para ouvir a meditação.

"Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo
João (Jo 3, 13-17)
Neste Domingo, celebra-se a festa da Exaltação da Santa Cruz. O Evangelho relata o encontro de Nosso Senhor com Nicodemos, no qual Ele anuncia: “Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna”. A comparação de Jesus se relaciona com outra afirmação sua, contida no mesmo Evangelho de São João: “Quando eu for levantado da terra, atrairei todos a mim” .Mas, como é possível que Cristo crucificado, “de quem a gente desvia o olhar” , atraia todos a Si, cumprindo a profecia de Zacarias: “Olharão para Aquele que transpassaram” ?
É assim porque a Cruz é um mistério de amor. De fato, ao celebrar a Exaltação da Santa Cruz, não se está exaltando o crime do homicídio de Cristo, nem a Sua dor, mas a vitória do amor de Deus, proclamada na famosa sentença também do Evangelho de hoje: “Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna”.
Relicário contendo fragmentos
do lenho da Santa Cruz de
Nosso Senhor Jesus Cristo.
Se hoje se percebe uma tendência de falar de Cristo crucificado como um homem abandonado por Deus, não se deve perder de vista que, muito mais que isso, a Cruz é o drama de Deus abandonado pelos homens. Infelizmente, as pessoas esquecem-se da divindade de Nosso Senhor, esquecem-se de que unus ex Trinitate passus est pro nobis: uma Pessoa realmente divina, impassível, esvaziou-Se e fez-Se homem, a fim de nos amar.
Esse amor de Cristo é renovado em cada sacrifício da Santa Missa. Importa explicar bem as coisas: o sacrifício de Nosso Senhor aconteceu uma vez por todas no Calvário, mas é renovado em cada celebração da Missa sacramentalmente, isto é, na separação do pão e do vinho para a consagração. Substancialmente, todavia, trata-se do mesmo sacrifício, pois uma só é a vítima e um só o sacerdote que Se oferece: Jesus Cristo. “Com efeito, uma só e mesma é a vítima, pois quem agora se oferece pelo ministério dos sacerdotes é o mesmo que então se ofereceu na cruz; só o modo de oferecer é diferente”. Ainda que o modo de oferecer seja incruento e sacramental, após a consagração, estão realmente presentes debaixo das espécies eucarísticas o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade de Nosso Senhor.
Em cada Missa, portanto, é celebrada a exaltação da Santa Cruz. Quando o sacerdote eleva a hóstia e o cálice, após a consagração, Nosso Senhor está sendo novamente elevado e atraindo todos a Si, e a profecia está novamente se cumprindo: “Olharão para Aquele que transpassaram”.
Por isso, é importante que todos os fiéis tenham uma devoção especial pelo momento da consagração, que é, sem dúvida, o mais importante da Missa. Quando o sacerdote visível diz: Isto é o meu Corpo e Este é o cálice do meu Sangue, ele empresta suas palavras ao sacerdote invisível, Jesus, que oferece perpetuamente o Seu ato de amor a Deus pela salvação dos homens, na ação eucarística.
Para que bem participemos desse sacrifício, é preciso que nos unamos a Cristo oferente, entregando também a nossa vida a Deus, como resposta amorosa ao grande amor de Jesus: “Amavit nos, ut redamaremus eum; et ut redamare possemus, visitavit nos Spiritu suo - Amou-nos para que o amássemos de volta; visitou-nos com seu Espírito para que pudéssemos amá-Lo novamente”. “Si amare pigebat, saltem nunc redamare non pigeat - Se antes nos custava amá-Lo, agora ao menos não nos custe corresponder ao Seu amor”.
Olhando para a Cruz, realmente somos curados em nossa capacidade de amar. Quando o Papa Bento XVI, em sua “reforma da reforma”, começou a celebrar a Santa Missa com o crucifixo no centro do altar, algumas pessoas sugeriram que a Cruz poderia “atrapalhar” a visão do celebrante. Na verdade, a visão de Cristo crucificado recorda ao sacerdote que ele se dirige não ao povo, mas a Deus; coloca diante dele o vínculo indissociável entre a Cruz e a Sagrada Eucaristia. Como diz o belo hino Adoro te devote, composto por Santo Tomás de Aquino, “na cruz estava oculta somente a tua divindade, mas aqui [na Eucaristia] se esconde também a humanidade.”
Por fim, como guia de oração, recomenda-se a bela súplica de São Nicolau de Flüe:
'Meu Senhor e meu Deus, arrancai de mim mesmo tudo o que me impede de ir a Vós. Meu Senhor e meu Deus, dai-me tudo aquilo que me conduz a Vós. Meu Senhor e meu Deus, tirai-me de mim mesmo e entregai-me todo a Vós.' "

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